Estudo da Urbes prevê que congestionamento irá triplicar até 2027 nas ruas de Sorocaba.

Estudo da Urbes prevê que congestionamento irá triplicar até 2027 nas ruas de Sorocaba

Investimentos de R$ 1,97 bilhão seriam necessários para a implantação de plano diretor de mobilidade

Carolina Santana 
carolina.santana@ jcruzeiro.com.br
 

O volume diário de congestionamentos em Sorocaba deve triplicar até 2027. A previsão é da Urbes - Trânsito e Transportes. Diretor presidente da empresa pública, Renato Gianola informa que, atualmente, durante os horários de pico, a cidade apresenta 16 quilômetros de congestionamentos. Em 13 anos, pode chegar a 61 quilômetros por dia. Os dados foram apresentados na última sexta-feira durante a segunda audiência pública realizada para a formulação do projeto de lei que criará o Plano Diretor de Transporte Urbano e Mobilidade (PDTM) que aponta os investimentos necessários para os próximos anos. De acordo com a empresa pública, até 2027, seria necessário investimento de R$ 1,97 bilhão para a implantação do plano diretor na cidade. 

Entre os anos de 2002 e 2013, o número de automóveis passou de 30 para 64 veículos a cada 100 habitantes na cidade. Os congestionamentos são registrados, principalmente, durante os horários de pico, das 7h às 9h e das 17h às 19h. Na cidade, 26% das pessoas utilizam transporte coletivo, 32% usam o transporte não motorizado (andando a pé ou de bicicleta) e a maioria (42%) usa automóveis. 

Reduzir o número de pessoas que utilizam veículos particulares como meio de transporte é um dos objetivos do plano diretor. Segundo Gianola, as ações devem impedir que o volume de congestionamentos na cidade aumente consideravelmente nos próximos anos. "Os investimentos devem ser feitos para que o prognóstico não se concretize", argumentou. Junto com técnicos da Urbes, ele apresentou o resultado do estudo feito pela Logit Engenharia Consultiva Ltda, empresa contratada para elaborar o PDTM de Sorocaba. 

Como forma de desestimular o uso de automóveis, é necessário melhorar o transporte coletivo. A implantação de corredores de ônibus e a possibilidade da cidade receber, no médio prazo, o sistema de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), também conhecido como metrô de superfície, foram alguns dos pontos abordados por Gianola. 

Segundo o estudo, o projeto do Trem Regional, que ligaria Sorocaba a São Paulo, e do Contorno Ferroviário possibilitam a implantação de um VLT, aproveitando o leito ferroviário existente. Esse tipo de transporte seria no trecho da antiga Estrada de Ferro Sorocabana, que parte de um ponto próximo ao rio Sorocaba e vai até Iperó. A audiência pública de sexta-feira contou com representantes da comunidade e de entidades de classe como a Associação dos Taxistas de Sorocaba e o movimento Contra Catraca. Gianola destacou que, depois dessa segunda audiência pública, será finalizado o projeto de lei sobre o PDTM. "A matéria ainda vai entrar em discussão na Câmara (de vereadores). O projeto está sendo finalizado", comentou. 

Calçadas e ciclovias 

Classificadas como vias de transporte não motorizado, ciclovias e calçadas também estão contempladas no PDTM. Sobre as calçadas, Gianola afirmou que, de forma geral, precisam de tratamento especial para priorizar a passagem de pedestres. Segundo ele, os principais problemas são larguras insuficientes para o trânsito seguro das pessoas e condições ruins como buracos e desníveis. 

A maior concentração da rede cicloviária atual de, aproximadamente, 115 km se encontra nas regiões norte e nordeste, correspondendo a 70% do total existente. Gianola afirma que o principal problema é a falta de interligação entre vários trechos da ciclovia. 

Ele citou onze pontos em que a ciclovia apresenta deficiência na interligação. Entre eles, estão a falta de conexão entre dois importantes eixos viários, sentido norte-sul, Itavuvu e Ipanema; Jardim São Guilherme e o Jardim Santo Amaro e a conectividade entre bairros: Piazza di Roma, Arco Íris, Central Parque e Jardim São Marcos. 

Prazos 

O estudo foi dividido em ações que devem ser realizadas na cidade a curto, médio e longo prazo, correspondendo aos anos de 2016, 2020 e 2027, respectivamente. Para o longo prazo, uma das ações apontadas pela Logit é a necessidade de criação de pedágio urbano e rodízio de veículo (conforme final da placa) na cidade. Entre as intervenções viárias, no curto prazo foram elaborados 22 projetos, englobando as obras do Sorocaba Total e dos corredores do BRT como a construção do viaduto ligando a rua J.J. Lacerda e a avenida Ipanema e o alargamento da avenida São Paulo no trecho compreendido entre as ruas Pedro Jacob e Constantino Senger. Para o médio e longo prazo, estão previstas outras 10 e 23 intervenções, respectivamente. 

Mobilidade urbana 

Desenvolver um plano diretor de mobilidade urbana é uma obrigação para todos os municípios brasileiros com mais de 20 mil habitantes. A obrigatoriedade foi determinada pela lei federal 12.587 de 2012. Os municípios que não o fizerem no prazo máximo de três anos da vigência da Lei, portanto, até janeiro de 2015, estarão impedidos de receber verbas federais destinadas à mobilidade urbana. 

Para a realização do estudo, além dos levantamentos técnicos, foram visitados 4.170 domicílios com um total de 12.790 moradores entrevistados. A eles foram questionados a frequência de utilização do transporte público, origem e destino. A apresentação completa do estudo elaborado a pedido da Urbes está disponível no site da empresa pública (www.urbes.com.br).

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